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segunda-feira, 24 de março de 2008

A cura de Schopenhauer


Oi, pessoal.

Confesso para vocês que nunca fiz terapia, nunca pensei em fazer e acho mesmo que nunca faça. Estou dizendo isso por causa de um livro que li neste feriado e me despertou para este tema. Chama-se A cura de Schopenhauer, do escritor Irvin Yalom, o mesmo de Quando Nietzsche chorou. Este último não li, mas já vi o filme. Minha opinião? Acho que o livro deve ser melhor, mas prefiro ler Nietzsche na essência, e não o que falam dele.

Voltando a cura, gostei muito do livro, principalmente por se tratar de um filósofo enigmático e carrancudo, que eu tinha lido rapidamente alguma teoria na faculdade. Não deu tempo de me aprofundar em seus textos, mas o que li na época eu gostei.

Com este livro pude ter uma visão mais ampla e conhecer um pouco mais da vida e da obra deste fantástico filósofo alemão do século XIX, que foi amigo de Goethe ( por pouco mesmo, mas o respeitava muito - até eu né) e inimigo de Fichte e Hegel.

O livro : Ao fazer uma avaliação de sua longa carreira como psicoterapeuta, Julius decide procurar seu maior fracasso - um antigo paciente chamado Philip, viciado em sexo e que curou a si próprio seguindo as doutrinas de Schopenhauer - e o convida a participar da sua terapia em grupo. A presença de uma ex-conquista de Philip, que o odeia pela frieza com que a descartou, obriga-o a encarar o passado e desencadeia conflitos entre os pacientes e acirradas discussões filosóficas com Julius. Philip diz que não se curou com a terapia, mas que Schopenhauer era responsável por sua cura, por sua distância de tudo e de todos e seu empenho intelectual.

O livro traz situações muito humanas de pessoas que buscam na terapia as respostas e o sentido para a vida. Adorei os personagens e saber mais sobre Schopenhauer.


O livro, da editora Ediouro, tem 334 páginas, mas li em 4 dias.

Boa leitura, beijos a todos

quarta-feira, 19 de março de 2008

Arthur C. Clarke se despede da Terra

Bom dia, gente.
A comunidade literária mundial perde mais um gênio. Ontem (18/3) morreu o escritor britânico de ficção científica Arthur C. Clarke, autor de mais de 80 livros, entre eles "2001: Uma Odisséia no Espaço" . O escritor tinha 90 anos e morava há 50 em Colombo, no Sri Lanka. A causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória.
"2001 - Uma Odisséia no Espaço"( que eu tive que assistir 3 vezes quando estava na faculdade !!!!!!) , ganhou versão cinematográfica sob direção de Stanley Kubrick em 1968.
Quando fez 90 anos em dezembro de 2007, Clarke disse que um dos seus três desejos era ver um extra-terrestre. Bom, quem sabe agora ele consegue, né.

Alguns livros do escritor para você conhecer mais sobre sua obra:

1951 - As Areias de Marte.
1952 - Ilhas no Céu.
1953 - O Fim da Infância (Childhood's End)
1953 - Contra a Sombra da Noite.
1953 - Expedição para a Terra.
1955 - Luz terrestre
1956 - Cidade das Estrelas.
1956 - Ao alcance do amanhã.
1957 - Caminho Profundo.
1958 - O outro lado do céu.
1959 - Através de um mar de Estrelas.
1961 - A queda da poeira lunar.
1962 - Do ocêano e das Estrelas.
1962 - Lendas de dez mundos.
1963 - Ilha do Golfinho.
1964 - 2001 : Uma Odisséia no Espaço (Início da obra)
1965 - Prelúdio Marciano (Prelúdio Espacial e As areias de Marte)
1967 - Nove Bilhões de Nomes de Deus.
1972 - O tempo e as Estrelas.
1972 - O Vento do Sol (revisada em 1987)
1973 - Rendezvous com Rama (Hugo e Nebula)
1975 - Terra Imperial
1979 - As fontes do paraíso (Hugo e Nebula)
1982 - 2010: A Odisséia II
1983 - O Sentinela.
1986 - As músicas da Terra Distante.
1988 - Encontro com Medusa.
1988 - 2061: Odisséia III
1990 - Lendas do Planeta Terra.
1991 - O fantasma que vem da grande barreira.
1991 - Mais do que um Universo.
1993 - O Martelo de Deus.
1997 - 3001: A Odisséia Final.

Boa leitura à todos, beijos e boa quarta de semana santa!!!!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Dia Nacional da Poesia

Olá, amigos
Não poderia deixar passar em branco o Dia Nacional da Poesia, né. Abaixo alguns textos em poesia para pensar, se emocionar ou só para ler mesmo, rsss. Abraços

A rosa de Hiroxima - Vinícios de Moraes

Pensem nas crianças mudas telepáticas
Pensem nas meninas cegas inexatas
Pensem nas mulheres rotas alteradas
Pensem nas feridas como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima a rosa hereditária
A rosa radioativa estúpida e inválida
A rosa com cirrose a anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume sem rosa sem nada.

É Inda Quente - Fernando Pessoa

É inda quente o fim do dia... Meu coração tem tédio e nada...
Da vida sobe maresia... Uma luz azulada e fria
Pára nas pedras da calçada... Uma luz azulada e vaga
Um resto anônimo do dia... Meu coração não se embriaga
Vejo como quem vê e divaga... E uma luz azulada e fria.


A Uma Passante - Charles-Pierre Baudelaire

A rua, em torno, era ensurdecedora vaia.
Toda de luto, alta e sutil, dor majestosa,
Uma mulher passou, com sua mão vaidosa
Erguendo e balançando a barra alva da saia;

Pernas de estátua, era fidalga, ágil e fina.
Eu bebia, como um basbaque extravagante,
No tempestuoso céu do seu olhar distante,
A doçura que encanta e o prazer que assassina.

Brilho... e a noite depois! - Fugitiva beldade
De um olhar que me fez nascer segunda vez,
Não mais te hei de rever senão na eternidade?

Longe daquí! tarde demais! nunca talvez!
Pois não sabes de mim, não sei que fim levaste,
Tu que eu teria amado, ó tu que o adivinhaste!


Canção de Amor da Jovem Louca - Silvia Plath

Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro
Ergo as pálpebras e tudo volta a renascerb
(Acho que te criei no interior da minha mente)

Saem valsando as estrelas, vermelhas e azuis,
Entra a galope a arbitrária escuridão:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Enfeitiçaste-me, em sonhos, para a cama,
Cantaste-me para a loucura; beijaste-me para a insanidade.
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Tomba Deus das alturas; abranda-se o fogo do inferno:
Retiram-se os serafins e os homens de Satã:
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro.

Imaginei que voltarias como prometeste
Envelheço, porém, e esqueço-me do teu nome.
(Acho que te criei no interior de minha mente)

Deveria, em teu lugar, ter amado um falcão
Pelo menos, com a primavera, retornam com estrondo
Cerro os olhos e cai morto o mundo inteiro:
(Acho que te criei no interior de minha mente.)

segunda-feira, 10 de março de 2008

Sweeney Todd - O barbeiro demoníaco da Rua Fleet


Boa segunda-feira à todos. Ontem fui ao cinema com minha amiga Larissa. Fazia tempo que estávamos combinando, e finalmente deu certo. Assistimos ao Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet. Adorei o filme, em primeiro lugar porque é com o Johnny Deep, e na minha humilde opinião ele é um dos melhores atores de sua geração. Acompanho sua carreira desde sempre, e vejo todos os seus filmes. Ele sempre escolhe papéis fora do estereótipo de galã que ele tinha no início de carreira, porque o que ele quer mesmo é atuar. O filme é um tanto trash, naquele estilo sanguinário mas que o sangue mais parece tinta guache, mas de uma produção incrível, totalmente diferente de tudo o que eu já vi. É um musical, mas musical mesmo. 90% do filme é cantado, portanto não é indicado para quem não aprecia muito este estilo. Todos os atores estão ótimos em cena, e todos cantam muito bem. Na minha opinião, ele poderia ter sido todo em preto e branco.
Para quem quiser ouvir as músicas em casa, já foi lançado o CD do filmes, que tem todas as composições de autoria de Stephen Soundheim. Bom filme para quem decidir de aventurar!!!


Pequena sinopse : O filme é baseado em um musical da Broadway e conta a história de um barbeiro assassino que retorna da prisão para se vingar do juiz que o prendeu para ficar com sua esposa e filha. Ao voltar para Londres, conhece a cozinheira assassina que ajuda o barbeiro, e se apaixona por ele. A partir daí, muitas surpresas acontecem até ele conseguir vingança.
O diretor Tim Burton, e os atores Helena Bonham Carter e Johnny Deep já trabalharam juntos em diversas produções, como 'A Fantástica Fábrica de Chocolate' e 'A Noiva-Cadáver'.


Elenco: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Sacha Baron Cohen, Alan Rickman, Timothy Spall.


Direção: Tim Burton


Gênero: Suspense/Musical


Distribuidora: Warner Bros.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Dica de filme : Bobby


Oi, de novo, que bom, né. Terça-feira meu marido chegou em casa com dois filmes, um do Resident Evil 3 e outro era o Bobby. Mas o Bobby eu já tinha visto há 3 meses atrás, e até o lembrei que eu tinha adorado o filme e tinha falado para ele assistir. Na época ele falou que não ia curtir o filme. Como acontece algumas vezes, ele alugou o mesmo filme, e hoje de manhã liguei só para saber o que ele tinha achado. "Muito bom" ele disse, "Não tinha assistido porque não sabia que era sobre o Kennedy", completou.

Eu adorei o filme, ele merece diversos méritos, entre produção, roteiro, atuações e tiro o chapéu pela dedicação do Emílio Estevez, aquele do Billy The Kid, lembram? O trabalho tomou 15 anos da carreira de diretor. As histórias das pessoas do hotel são riquíssimas, contadas nos mínimos detalhes, com ótimas atuações. Vale a pena saber o que Robert F. Kennedy ( o irmão do John, para quem não sabe) significou para os Estados Unidos, e o que ele poderia ter sido se não tivesse morrido. O filme mistura as cenas reais do próprio Kennedy, que deu um tom de realidade para a produção. Nota 10!!!!!
Pequena sinopse : O filme gira em torno do assassinato do senador Robert F. Kennedy, em 4 de julho de 1968. Baseado em fatos, mas também com uma parcela de ficção, o longa acompanha as vidas de vários personagens que estavam no hotel em que o político foi morto, poucas horas antes do crime. O filme teve um orçamento de cerca de 10 milhões de dólares.

Elenco: Anthony Hopkins, Demi Moore, Sharon Stone, Lindsay Lohan, Elijah Wood, William H. Macy, Helen Hunt, Christian Slater, Laurence Fishburne, Freddy Rodriguez, Shia LaBeouf, Martin Sheen, Joshua Jackson, Heather Graham.

Direção: Emilio Estevez

Gênero: Drama

Distribuidora: Imagem Filmes

Ano : 2006

quarta-feira, 5 de março de 2008

Simone de Beauvoir - Todos os homens são mortais

Amigos, espero continuar a atualização do blog com mais frequência, mesmo que esteja atribulada, porque me faz falta este contato. Apesar de escrever o dia todo, preciso deste espaço pessoal. E atendendo também ao pedido da minha super amiga Fernandinha, vou continuar a atualizar sempre que puder.
Hoje vou falar de uma das minhas escritoras favoritas, Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, mais conhecida como Simone de Beauvoir (1908 - 1986).
Ela foi uma escritora, fisósofa existencialista e feminista francesa. Escrevia romances, monografias sobre filosofia, política, sociedade, ensaios, biografias e escreveu uma autobiografia. Foi esposa de uma dos maiores filósofos existencialistas da históriao, Jean Paul Sartre, que eu também adoro, com o qual manteve um relação um tanto avançada para a época. Se declaravam casados mas moravam em casas diferentes e mantinham relações extra-conjugais abertamente. Tiveram uma passagem muito frenética pelo Brasil. Simone foi uma defensora do feminismo e escreveu obras maravilhosas, entre elas O Segundo Sexo, que é uma profunda análise sobre o papel da mulher na sociedade.
Eu li quase todas as suas obras, sou fã de carteirinha mesmo, e recomendo além de O Segundo Sexo, o livro Todos os homens são mortais, um romance que conta a história de um homem que, no século XIII, não hesita em beber um elixir da imortalidade para tentar escapar das limitações de sua condição de mortal. Assim, o ambicioso conde Fosca desafia o tempo e chega até os dias de hoje questionando tópicos inerentes à natureza humana, tais como a ambição, o poder, a imortalidade, o prazer, o destino e a transcendência.
O que me comoveu nesta história, entre outras coisas, foi a tristeza profunda que ele sentia ao se envolver com as mulheres, se apaixonar por elas, e as ver envelhecer e morrer enquanto ele permanecia com a mesma aparência e vitalidade. Por conta disso, precisava sempre mudar de cidade e país.
Muito bom!!! Leiam quando puderem e postem aqui o que acharam, tenho certeza que vão amar.
Breve falarei sobre mais algum livro dela.
Boa leitura, e até logo, beijossss